Voo 711: Destino: Alto da Montanha
O sol, a luz, a terra, a rosa;
A letra, a palavra, a frase, a prosa.
A estrela, a lua, a madrugada, a magia;
A rima, o som, a métrica, a poesia.

baião de dois;
começo, meio e fim.
poesia e prosa
feijão com arroz;
o infinito em mim.


Por que não aceitar que tudo é passageiro? A própria vida, é por si só, uma passagem, não é mesmo? O fato é que tudo passa.

A inocência, a beleza, a leveza;

O amor, a dor, o calor;

A paixão, o tesão, a razão;

Esses e tantos outros sentimentos perdem-se em nossos cotidianos cada vez mais vazios de essência. Mas, por que será que passam? Será que nada nessa vida é constante?

Porque não temos a necessidade de cultivar nossos bons sentimentos? Eu não tenho as respostas para essas perguntas. Você tem?

São perguntas de mais e respostas de menos. É uma equação matemática que não conseguimos efetuar.

De repente a futilidade toma conta da gente, de nossos desejos.  Que coisa mais triste! A praticidade arrasta consigo nossa complexidade. Com isso ficamos todos iguais, ser diferente é loucura, pensar diferente é sintoma de psicopatia.

Quando falamos em calor humano, somos tratados como babacas, a amizade virou conveniência, casamentos são apenas cláusulas contratuais. Está tudo muito banal, muito estranho.

Vamos parar o mundo. Fazê-lo girar ao contrário, do jeito que está os laboratórios de remédios antidepressivos vão lucrar cada vez mais, os asilos e orfanatos estarão cada vez mais, cheios de crianças velhas marcadas pelo descaso e solidão.

Estamos levando tudo que é sério na brincadeira. Não conseguimos identificar a realidade porque não nos interessa, ela dói. Mas acontece que o tempo passa, as coisas mudam, transformam-se.

Então, se for para amar, amigos, vamos amar demais, se for pra viver, vamos viver com mais simplicidade, deixar de lado o consumismo exagerado que diferencia tanto as pessoas umas das outras.

Vamos reinventar o mundo, cultivar gentileza e sinceridade. Exalar a beleza que vem de dentro para fora, contaminar os outros com o vírus "respeito".

Está tudo tão confuso que nem sei o que estou dizendo.

Por um mundo melhor, o que você gritaria do alto de uma montanha?





“Pra não dizer que não falei das flores”
Algumas pessoas dizem que religião, política e futebol são assuntos que não devemos discutir. Mas em ano de copa do mundo e eleição é impossível ficar alheio a esses assuntos. A copa do mundo passou, acabou, e os sorrisos foram fazer morada em outros rostos, em outro continente.

O mais importante é o que vem por ai. Fazemos parte da miríade de estrelas que se vestem de verde e amarelo. Como não amar este País? Como deixar de acreditar, por mais que seja difícil em seu progresso?

De repente, nos vemos com uma arma nas mãos, nosso voto. Mas, quando paramos para refletir e escolher um candidato descente, nos vemos em um imenso labirinto, cheio de gente despreocupada com o futuro desta incrível nação.

Estão confundindo antigos guerrilheiros com guerreiros, os burgueses estão “apostando” em campanhas mais humildes. Até a televisão está em cima do muro. Logo ela, que manda e desmanda neste país. Um completo caos.

Escolher um lado, um partido, está impossível, porque, analisando calmamente, o que percebemos é que os políticos não estão formando partidos, mas sim, quadrilhas, e o pior, completamente desorganizadas, nem para isso eles têm competência. Pessoas se candidatam sem mesmo saber qual função exercerão, e ainda fazem chacota com a cara dos verdadeiros guerreiros que ainda acreditam que tudo pode melhorar.

Eu acredito em heróis, aliás, os encontro todos os dias, porque heróis, na minha opinião, são pessoas que lutam, que levantam de suas camas e enfrentam a guerra cotidiana em seus empregos, sub-empregos, mendigam dignidade e voltam pra casa ao final de sua jornada de trabalho querendo apenas refúgio, abrigo.

São pessoas humildes, que acreditam, e, mesmo diante de tal situação, como por exemplo, o caos dessa politicagem sem nexo algum, não deixam de ter esperança em um país mais digno, lúcido, justo, honesto. Um Brasil com direitos iguais, com governantes descentes, que tenham vergonha na cara.

Precisamos de políticos que saibam diferenciar qualidades básicas de cestas básicas, que cumpram suas promessas, que tenham bom caráter.

A mesma pergunta de sempre: votar em quem? Eu não sei. Talvez, em nenhum desses que ai estão. Talvez votar em branco, ou não votar. No dia “D” protestar contra a falta de opção, contra a falta de postura e comprometimento que eles têm com o povo brasileiro.

Há tanto por fazer, por falar, é tanta informação negativa sobre os possíveis sucessores políticos desse país, que as ideias embaralham-se como mosaicos lapidados ao contrário.

Não suporto a ideia de que tudo nesse país acabe em samba e carnaval, odeio a expressão tão popular “Jeitinho Brasileiro”, soa tão vergonhosa, como roubar as sobras da própria mãe.

Está na hora de mudar, de crescer, de ter mais vergonha na cara, e que nenhum desses candidatos que aí estão, consiga tirar da gente o orgulho e a coragem que temos, por sermos brasileiros, por sermos heróis do cotidiano, pois somos cidadãos de bem e temos que ser exemplos em todos os lugares que estivermos, por que o exemplo arrasta, diferentemente de palavras e palavras lançadas ao vento. Está na hora de sermos eleitores responsáveis, pensar e repensar nossas atitudes para que esse não seja o princípio do fim do futuro.

Políticos que entendam que líderes são pessoas que guiam o povo para algum lugar, que vão abrindo caminhos, apresentando soluções, para que essa nação possa estar no lugar que é dela por direito: em primeiro no ranking do melhor lugar para se viver no mundo.



Essência
Entre um gole e outro de lucidez, cá estamos outra vez, distintos e lúcidos retardando a queda. Cara ou coroa? Vamos jogar e tentar sair daqui?

Caracterizando a essência do sentimento, ao sabor da nóia da paranóia, customizamos o pensar, brincamos em verso e prosa de ser e estar, pois a imaginação é um latifúndio fértil, onde não existe terra imprópria.

Nadando contra as tolices, sobrevivemos diariamente ao cálice da má vivência dos sentimentos, aos quais não sabemos dar valor e sentido, e se ilusão é ruim, o que é bom para quem é centrado apenas em si mesmo?

O triste é que tudo tem um preço.

A marca que deixamos no universo é a nossa essência, a clareza e a riqueza das nossas ações e sentimentos, pena que algumas pessoas pensam que a única marca que importa é a da roupa que se veste, ou a do perfume que se usa. Que pena! O verniz não brilha se o objeto não tiver invenção.

A curiosidade nos faz prisioneiros da necessidade do saber, e às vezes, corremos tanto para chegar ao coração da vida, que nos esquecemos que há vida em nossos corações.

Por que tanta busca se o pouco que a gente tem é ouro para quem nada tem? Devemos aprender a olhar ao nosso redor, mas com aquele olhar virgem de quem acorda de manhã e abre a janela, desprovido de qualquer proteção ou julgamento.

O que percebo hoje em dia é que a pureza e a simplicidade caíram em desuso. Acho que é por causa do capitalismo, ou individualismo, ou consumismo exagerado, ou mesmo todos esses “ismos” somados com egoísmo formando outra palavra carregada de tristeza e solidão.

O que mais dói é que nós, eu e você, querido leitor, estamos cada vez mais abandonados em nós mesmo, eu aqui e você ai, bestificados com as situações, apostando as últimas fichas de coragem e, com a sobra de nossas forças, insistindo desesperadamente em não soltar o fim do fio da esperança, por que só ela acaba depois de nós.

E quando ela acaba, a luz se apaga, o pano cai, o palhaço lava o rosto e vai para casa. E o que fica é a sensação da alegria roubada, um caminho abstrato e o fim da essência que desfiguramos ao longo de nosso caminho. A essência de nossa própria vida!





Duas almas Psicodélicas.
Uma acredita que “tudo pode acontecer no caminho”.
A outra acredita que “quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu”.
Só pode dar “MERDA”,com o perdão da palavra.
Obrigada Lisa Bastos pelos deliciosos diálogos, ESSÊNCIAIS para a criação desse texto.


Mosaico
O que podemos exigir do mundo em meio ao caos em que vivemos diariamente? As pessoas não caminham, correm. É muita pressa e nenhuma prece. Tratam-se como estranhos no mesmo ninho, como se houvessem várias espécies diferentes, no entanto tão semelhantes, e me questiono... Se Deus é nosso Pai, quem não é nosso irmão?

As peças que juntei nesses vinte tantos anos de vida me ensinaram que quando a gente perdoa, a gente ama, e quando a gente ama, o sol brilha em nós.

Acreditemos no amor, sejamos gentis. O espírito humano pede novas experiências, então, que experimentemos a delicadeza. Vamos abrir as janelas para ver o sol nascer, sentir o calor e respirar a vida.

Precisamos mudar o modo de ver as coisas. A fragilidade do cristal não é fraqueza, mas sim delicadeza. E se admitirmos que a possibilidade de vida feliz seja criada apenas pela razão, a esperança de felicidade será destruída.

Amor, aventura, magia, paixão, impulso... Odeio pensar que sentimentos tão livres possam ficar presos dentro da gente, pois a liberdade e a singela beleza são boas demais para serem desperdiçadas.

Estamos sempre abalados e deprimidos pela reflexão forçada, que muitas vezes vem pela perda, estamos sempre perdendo coisas, principalmente as mais simples.

Você gostaria de voltar no tempo e fazer novas escolhas? E se voltasse, faria com doçura?

Eu não voltaria. Se pudesse, iria para algum lugar bom do futuro, onde as pessoas são mais sensíveis.

Os cacos do tempo formam um mosaico de todos os nossos sentimentos, onde nós, quando crianças, já nos vemos jovens, quando jovens já nos vemos velhos e quando velhos nos sentimos mortos. Não vemos mais nada.

Acho que está na hora de enfrentarmos o sol e a subida íngreme com dignidade e coragem, perder o medo, mudar o curso do rio, para chegarmos ao alto da montanha.

Nunca se esqueça que o importante é o que colhemos durante o caminho, e que o destino é impreciso qual intempérie do tempo para nos fiarmos apenas nele, porque as coisas são reais apenas quando compartilhadas.

Pétalas Vermelho-Rosa


É complicado, mas somos adeptos da resistência. Resistimos a tantas coisas importantes, a tantas vontades e desejos ardentes que nos autoflagelamos no caminho, e por não vivê-los, mutilamos a alma diariamente.

Não estou aqui para pregar a luxúria, a promiscuidade, longe de mim, venho falar sobre esses sentimentos que tentamos destruir a todo custo dentro da gente, mas eles são tão complexos e independentes, que nos tiram, quase sempre, nossa cor original, nosso brilho.

O medo de assumir os riscos nos deixa viciados no depois, e esse “depois” nos aprisiona em um agora pálido, ele nos corta as asas da felicidade e ficamos cativos em nossas gaiolas imaginárias.

Não damos forma às sensações, não expressamos nossos pensamentos, não lutamos pela realização de nossos sonhos, e a conseqüência disso, é a vida incompleta que vivemos. Repare, nunca estamos satisfeitos, estamos sempre querendo mais e mais, outras vezes, quando estamos tranqüilos, sempre vem a sensação de estar faltando algo.

Temos medo de nós mesmos, nos podamos fora de época e ficamos frágeis ao sereno das estações, inertes junto ao silêncio noturno.

Respiramos, mas, respirar é apenas uma função do nosso corpo, respirar não é viver, pois viver é quando seduzimos a vida e nos deixamos seduzir por ela, é quando expomos a essência da alma e mostramos com clareza o que sentimos.

Enquanto insistirmos apenas em respirar, continuaremos menosprezando nossa mente, envenenando nosso coração e fingindo que não existe primavera, e então, nada fica vivo por muito tempo, nenhum sentimento, nenhum sonho, nenhum desejo, depois, fica apenas a lembrança amarga do que poderia ter sido, e não foi.

Preocupamos-nos tanto com os outros, com o que pensarão, com o que dirão sobre determinada atitude nossa, o problema é que os outros não se preocupam com a gente, apenas com nossas atitudes, mas, esperar o que de pessoas que apenas respiram e não vivem suas próprias vidas?

Vamos viver o que sentimos, dar forma a esses sentimentos que mantemos aprisionados dentro da gente, realizar os nossos sonhos mais secretos e intensos, talvez seja a cura para esse “sempre querer mais” que não controlamos, para essa coisa de que está “sempre faltando algo”, e estamos sempre insatisfeitos.

Eu sei que se vivermos com transparência, lealdade ao que sentimos, amor e respeito, principalmente a nós mesmos, seremos seres mais completos e dignos de receber o ar que o nosso corpo inala, caso contrário, não o merecemos.




Agora, um pouco mais de mim

Eu sou extremista, é sim ou não
É tudo, ou nada
Liberdade total, uma viajante nata,
Cujo ar e o pensamento são a nua estrada.
Fujo rumo ao incerto, 
Em um prefácio mal escrito.
Sou criança, sou mulher, sou fada.
Um ser inocente querendo morrer
Sob o sol do final de abril, mas antes,
Quero tirar faíscas do céu na madrugada.
Minha maior característica é a falta de moderação,
Fazer o que? É viver ou não.
A liberdade me entusiasma, liberdade absoluta;
Todas elas, do céu, do ar, do mar, das putas.
Algumas pessoas sentem que não merecem amor,
Eu sou uma delas, talvez por me amar demais, 
Ou por ter minha própria cidadela.
Mais importante que ser forte,
É sentir-se forte, para enfrentarmos
Os desafios com coragem, dignidade e sorte.
É certo que a vida é incerta
Navegamos numa vasta esfera, sempre levados
pela incerteza, sempre à deriva de um lado 
para outro. Quando pensamos em lançar âncoras
e agarramo-nos a algum ponto, ele oscila e nos
abandona; e, se o seguimos, ele nos escapa por 
entre os dedos, escorrega à nossa frente
e desaparece para sempre.                        
  BLAISE PASCAL

O mundo gira, o mundo muda a gente muda. Somos mudas pequenas que se transformam diariamente. Temos medo das mudanças, medo do incerto, do momento próximo, do dia seguinte, pois mesmo quando planejadas elas são inesperadas, uma vírgula fora do lugar, altera o sentido da frase, um tijolo a menos ou a mais em um alicerce compromete toda estrutura da casa.

Preferimos a tranqüilidade da certeza, que a complexidade da incerteza. Mas somos mutáveis, as pessoas em nossa volta, as plantas, os animais, tudo que tem vida muda, e a certeza de agora é a incerteza de outrora.

Nos sentimos ameaçados pela inconstância da vida, pois somos frágeis, pequenos, inseguros e justamente por isso, temos que aprender a administrar toda essa alternância de momentos que vivemos, principalmente quando as coisas acontecem rapidamente e nos surpreende com fatos e acontecimentos desagradáveis e cheios de dor. 

Porém não há como evitar, não existe uma forma de pararmos o tempo no exato momento que desejamos, quando nos sentimos confortáveis, tranqüilos, até protegidos de certa forma por determinadas situações.

Amanhecemos todos os dias e estamos diferentes, isso é fato, nosso coração, a alma, o corpo, o astral, o humor, as dores físicas e emocionais, na maré alta ou na baixa, estamos em constante movimento.

Eu não sei como administrar essas mudanças, principalmente quando elas acontecem rapidamente, já parei para pensar e refletir sobre elas, mas não consegui formular um raciocínio lógico, sensato. Mas acredito que questões como essas devam ser discutidas, quem sabe não descobrimos uma fórmula, um antídoto, algo que nos ajude a administrar esse mecanismo complexo de mudanças.

Mas eu entendi que quando passamos por elas, boas ou ruins, as mudanças têm um papel fundamental em nossa existência, elas nos ajudam a crescer, às vezes com certa amargura, às vezes com mais amor, hora com profundo desamor, hora com alegria pura, herdamos das mudanças nossa complexidade, ninguém diminui com elas, pelo contrário, crescemos e aprendemos que a única coisa certa, é a certeza da incerteza.
Será mesmo que o inferno são os outros?
Visitei o inferno algumas vezes quando deixei de viver a poesia do dia a dia nos dias que acordei de manhã sem saber pra onde iria. O visito constantemente quando não olho nos olhos das pessoas e ignoro a verdade dos olhares, quando fecho os meus ouvidos para o que os outros têm para me dizer e faço prevalecer apenas a minha verdade.

Permaneço no inferno quando me permito ficar triste por vários dias, quando todo azul do céu fica cinza e meu coração fica endurecido pela angústia dos meus lamentos. Quando vivo o passado e esqueço o presente, e os presentes que ganho não tem importância.

O inferno me entendia quando as horas não passam, quando todas as horas são vazias de emoção e beleza e o que vejo em volta são apenas lamentações e comodismos. Sinto vontade de sair dali, levantar, buscar forças sabe-se lá de onde e me tornar uma ave praieira, mais o desgaste é tanto que as forças tiram férias.

Aprendemos bastante com a dor, com essa solidão urbana que teima em nos tirar da festa. Esse inferno interior que nos persegue diariamente e nos tira a cor, o tino.

Mas o que me fascina é a luz, a clareza dos bons sentimentos e pensamentos. A beleza gritante da alegria. Quando olho além dos meus pequenos problemas eu traço o traço e crio a peça, interpreto o dia, vejo soluções e caminhos alternativos.

A vida nos convida a vivê-la integralmente, e nós insistimos em vivê-la apenas meio período, às vezes nem isso. O que você gostaria de fazer e ainda não fez? Sabe aquele lugar que sempre sonhou conhecer? Será que não é hora de arrumar as malas? E aquele “eu te amo” que subiu do coração, navegou pela garganta e você não abriu a boca para dizer? Será que não está passando da hora de viver a vida com liberdade intensa? Instigue seus instintos, experimente novos sabores, novos amores, novas amizades, novos lugares, todos os luares, organize saraus, caminhe na chuva, sinta o chão, o cheiro da terra.

Perdemos tempo dando tempo, perdemos vida não vivendo. O dia, assim como nós amanhece morrendo, mas não desperdiça um minuto, ele nos dá todos. O inferno só existe para quem não quer aceitar a existência da luz. Não sejamos passantes e sim passistas dessa grande festa cheia de luz que é a vida.
Você é influenciável?
Por: feØ13

Quando vi o trailer do filme Besouro, deparei-me com um grande filme que iria abordar a cultura brasileira e esperei ansiosamente pelo mesmo. Na época do lançamento li uma crítica em uma revista. Respeitei a opinião deles, mas fiquei com uma mensagem totalmente negativa do filme, a forma com que eles escreveram me passou a seguinte mensagem: Não assista a esse filme! Eles tratam-no como sendo mal produzido e que deixa apenas a promessa de algo bom.
Na primeira oportunidade o assisti e o vi com ótimos olhos. Besouro realmente existiu. Claro, como todo filme tem sua versão, Besouro teve a sua e eu gostei principalmente da maneira que foi transmitida nas telas, trouxeram a história de um herói que começou escrever com sua arte, parte da cultura brasileira.
O que me deixa triste e me faz escrever esse texto é a falta de incentivo para a cultura brasileira, enquanto filmes internacionais são elogiados mesmo sendo ruins, os nacionais são boicotados. Quero deixar claro que não estou aqui falando mal dos filmes internacionais, respeito e inclusive gosto. Os nacionais cheios de sangue e fúria, mesmo mal produzidos, às vezes são elogiados pela crítica, mas os que trazem a essência de nosso País eles não querem que o mundo veja. Porque não mostrar o lado positivo do Brasil?
Por que a crítica tão negativa? Será que é porque o herói não usa armas? Ou talvez porque não mostre mulheres nuas? Talvez por que Besouro tenha sido um capoeirista que lutou pela libertação de seu povo e sua cultura. São coisas que estão na mente de pessoas que talvez não se interessem muito pela cultura e melhora de nosso país e jamais descobriremos completamente o que se passa em suas cabeças.
Temos que deixar transparecer cada detalhe da nossa cultura, fazendo com que as pessoas de fora, possam ver nosso Brasil com outros olhos. O Brasil não é pura violência, puro carnaval ou puro futebol, como é normalmente rotulado. Existe algo muito além do que as pessoas costumam ver e passar a diante,  o comodismo brasileiro me assusta pelo fato de nós mesmos não fazermos nada para que haja uma mudança significativa na qual imprimimos para o mundo!
Esta é minha opinião e como toda opinião tem seu lado pessoal, deixo aqui parte de mim.

Trailer do filme:




VEJA COMO vejo
Por: Jaqueline Zanetti

Assisti ao filme, li a crítica da jornalista Isabela Boscov na revista VEJA e li também o texto do meu amigo raro Fe, que carinhosamente veio expressa-lo aqui, nessa ROTA PSICODÉLICA.

Quanto ao filme;

Ele mostra a integração do personagem principal, Besouro, com a natureza, com a capoeira e com as crenças de seu povo e sua constante luta contra a humilhação e a opressão imposta aos mesmos. É um filme de época, que de certa forma, inova o cinema brasileiro pela ousadia dos efeitos. Filme razoável. Realidade e ficção. Viva a arte e os verdadeiros heróis brasileiros.
A propósito, gostei muito da fotografia do filme, parabéns Christian Cravo!

Link para download  do filme
http://www.megaupload.com/?d=N86KOA0X

Quanto à crítica de Isabela Boscov;

Expor uma opinião é algo que todo ser humano deve fazer, o que não devemos fazer é tentar induzir as pessoas a isso ou aquilo. Quando li o artigo de Isabela Boscov o que senti foi que ela tentava boicotar o filme, que retrata a história desse herói da cultura negra. Não entendi por que e pensei por quais motivos ela faria isso. Continuei sem entender ainda mais quando descobri que ela fez duas críticas positivas a respeito do filme “Dois filhos de Francisco” que em nada é melhor que o filme “Besouro”. Será que é porque não tinha atores globais? Lamentável! Vejam o filme e tirem suas próprias conclusões.

Leia aqui a crítica de Isabela Boscov
http://veja.abril.com.br/281009/problemas-decolagem-p-154.shtml

Quanto à revista VEJA;

Há muito tempo eu queria expor a minha opinião sobre esta revista. Chegou o momento!
Minha antipatia pela revista começou quando li um artigo sobre o Cazuza há seis anos escrito pelos jornalistas Ângela Abreu e Alessandro Porro, que dizia que era discutível a obra de Cazuza e que tinham dúvidas de que ela perduraria. Questionaram sua obra, diminuíram um dos maiores e melhores compositores do Brasil. Depois disso, apenas folheio a revista de traz para frente, mas essa matéria sobre o filme Besouro me fez voltar no tempo e entrar nos mesmos questionamentos daquela época. Por que essa revista faz questão de não valorizar o que verdadeiramente faz diferença nesse País? Porque denegrir a imagem, a história, a arte brasileira? Porque na maioria de suas páginas as únicas coisas que lemos são sobre os políticos e suas politicagens vergonhosas, e as palavras para falar sobre eles são colhidas cuidadosamente para não denegrirem a reputação e a integridade (i) moral desses vilões?
Somos telespectadores desse filme ridículo com o roteiro assinado pela VEJA, e o que revolta é que nesse filme os heróis são tratados como bandidos e os bandidos como heróis, e cabe a cada um de nós, cidadãos brasileiros aplaudir ou protestar no final.

Leia a reportagem sobre o Cazuza
http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_26041989.shtml

Eu tenho ou não razão?
E quem é que tem razão nesse mundo louco, desprovido de bondade e compaixão? Não há razão nos versos nem nos inversos. Não há canção que cure meu resfriado almático. Somos seres incompreendidos e isolados em nosso submundo febril e velho, cheio de lodo e fungos imaginários. Às vezes pensamos em sair para dar uma volta, e logo ela chega cheia de pudores e santidade, a razão.
Uma senhora distinta, cheia de jóias. Cheira perfume importado. Bem-sucedida, ela faz com que nosso coração fique diminuído diante de sua grande envergadura. Com isso, nossos instintos mais selvagens e puros e nossa essência são desmistificados pela sua ilusória magnitude.
Acredito que onde existe razão, não exista emoção, intensidade, inocência. A razão não permite a plenitude da alegria, atrapalha o calor da paixão, nos impede de mostrar os dois lados do rosto. Tornamos-nos vigilantes da razão e nos perdemos de nós mesmos. Tornamo-nos pessoas tristes e insatisfeitas.
Hoje em dia, nos obrigamos a ter razão em tudo, quando brigamos é porque tivemos nossas razões, quando ofendemos, maltratamos, caluniamos, juramos que temos razão... Não perdoamos porque temos nossas razões. Com isso, o mundo e principalmente nosso submundo chagado tornam-se cada vez mais péssimos lugares para viver, para amar, se apaixonar.
Um amigo me disse que dinheiro é relativamente fácil de conseguir, humor mais ou menos, amor é impossível. E estávamos falando justamente de ir à luta, em busca de novos ideais, novos caminhos, realização de sonhos, viver melhor a vida, mas que existem diversas razões para não o fazermos. Com isso, nossos maiores desejos não são realizados.
A razão atrapalha o curso da vida que, por suas razões, muda o percurso e a paisagem torna-se cada vez mais simplória. Perde todo o mistério e a beleza. Estamos caminhando rumo a um abismo onde não existe mais nada, apenas razões, boas ou más, não importa, não vêm ao caso, pois não nos seduzimos pelo acaso. Apenas pelas boas más e velhas razões!

Jaqueline Zanetti 
Licença Creative Commons
Este é um trabalho de Jaqueline Zanetti e está licenciado por Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Baseado em um trabalho para o blog Rota Psicodélica.
  • Eu sou letra simples

    Minha foto
    Ora palavra perdida em frases complexas. Ora frase perdida em textos que de hora em hora contestam a amargura que ora para ser encaixada em versos de rimas doces.