Essência
Entre um gole e outro de lucidez, cá estamos outra vez, distintos e lúcidos retardando a queda. Cara ou coroa? Vamos jogar e tentar sair daqui?

Caracterizando a essência do sentimento, ao sabor da nóia da paranóia, customizamos o pensar, brincamos em verso e prosa de ser e estar, pois a imaginação é um latifúndio fértil, onde não existe terra imprópria.

Nadando contra as tolices, sobrevivemos diariamente ao cálice da má vivência dos sentimentos, aos quais não sabemos dar valor e sentido, e se ilusão é ruim, o que é bom para quem é centrado apenas em si mesmo?

O triste é que tudo tem um preço.

A marca que deixamos no universo é a nossa essência, a clareza e a riqueza das nossas ações e sentimentos, pena que algumas pessoas pensam que a única marca que importa é a da roupa que se veste, ou a do perfume que se usa. Que pena! O verniz não brilha se o objeto não tiver invenção.

A curiosidade nos faz prisioneiros da necessidade do saber, e às vezes, corremos tanto para chegar ao coração da vida, que nos esquecemos que há vida em nossos corações.

Por que tanta busca se o pouco que a gente tem é ouro para quem nada tem? Devemos aprender a olhar ao nosso redor, mas com aquele olhar virgem de quem acorda de manhã e abre a janela, desprovido de qualquer proteção ou julgamento.

O que percebo hoje em dia é que a pureza e a simplicidade caíram em desuso. Acho que é por causa do capitalismo, ou individualismo, ou consumismo exagerado, ou mesmo todos esses “ismos” somados com egoísmo formando outra palavra carregada de tristeza e solidão.

O que mais dói é que nós, eu e você, querido leitor, estamos cada vez mais abandonados em nós mesmo, eu aqui e você ai, bestificados com as situações, apostando as últimas fichas de coragem e, com a sobra de nossas forças, insistindo desesperadamente em não soltar o fim do fio da esperança, por que só ela acaba depois de nós.

E quando ela acaba, a luz se apaga, o pano cai, o palhaço lava o rosto e vai para casa. E o que fica é a sensação da alegria roubada, um caminho abstrato e o fim da essência que desfiguramos ao longo de nosso caminho. A essência de nossa própria vida!





Duas almas Psicodélicas.
Uma acredita que “tudo pode acontecer no caminho”.
A outra acredita que “quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu”.
Só pode dar “MERDA”,com o perdão da palavra.
Obrigada Lisa Bastos pelos deliciosos diálogos, ESSÊNCIAIS para a criação desse texto.


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Este é um trabalho de Jaqueline Zanetti e está licenciado por Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas License.
Baseado em um trabalho para o blog Rota Psicodélica.
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    Ora palavra perdida em frases complexas. Ora frase perdida em textos que de hora em hora contestam a amargura que ora para ser encaixada em versos de rimas doces.